O mundo da inovação, assim como o dos negócios, é recheado de termos em inglês: design thinking, agile, growth hacking, minimum value product, corporate venture building e por aí vai. No tocante a esta qüestão, você tem duas opções:
liderar uma grande campanha digital ressaltando o valor da língua portuguesa e traduzindo todos os termos utilizados nos mercado em nome da acessibilidade (ex.: pensamento de desenho, macete de crescimento, etc);
aprender a falar a porra do inglês de uma vez.
Não, caro tanso, eu não sou um detrator da nossa língua, tampouco tenho a intenção de obrigar todo mundo a falar inglês, ou qualquer outro devaneio que possa passar pela sua cabeça ao ler as opções propostas. Do contrário, semana após semana eu escrevo milhares de palavras em português, exercendo a minha comunicação neste idioma esplêndido e tentando te passar alguma mensagem útil — ou não.
Acontece que as coisas são como elas são e, saber falar inglês, especialmente no mundo da inovação, te abre infinitas portas de aprendizado e conexão. Portanto, já que o meu inglês é de boteco e eu não tenho a menor autoridade para dar lições de moral a respeito deste tema, convido para a tanso de hoje alguém que tenha — tanto em inglês, quanto em inovação! Com vocês, Alicia Amado!
Hey Everyone, Alicia here! Invadi a newsletter pra falar pra vocês, dear tanso, sobre dois dos principais pilares da minha vida que muito provavelmente estão presentes na sua vida também: Inovação e Inglês. Inovar pra mim nada mais é do que pensar e fazer algo diferente. E se tem uma coisa que é fora da caixinha é a minha história. E o que o inglês tem a ver com isso? Let me tell you a story.
Once upon a time, em 2016, me mudei para o Canadá sem falar inglês, not even a sentence, mas com muita vontade de aprender. Claro que não demorou muito pra eu me ferrar com o meu poor vocabulary. Antes de ir ao mercado, por exemplo, eu decorava todas as possíveis frases que eu precisaria para sair de lá com comida. “How much is it? “Debit or Credit?” “Please and Thank you”. O que eu não esperava era que a primeira pergunta no caixa fosse “Would you like a bag?”. Lembro vividamente de gelar e não saber nem pedir pra repetir. Respondi “Credit” e a atendente muito fofa se ligou que eu era uma pateta que não falava inglês. Cenas como essa se repetiram em lojas, farmácias, restaurantes e até no Tinder eu me arrisquei.

Depois de cerca de 6 meses aprendendo apenas praticando eu já estava me comunicando com naturalidade, já recebia até uns “Good Job” da atendente do mercado, e fui estudar Business English. No curso, conheci pessoas que estudaram por 7 anos para atingir o mesmo nível que eu. Foi nesse momento que percebi um potencial gap na metodologia de educação ESL e encontrei a oportunidade de criar uma solução que permitisse que as pessoas aprendessem praticando, como eu fiz.
A partir dali, passei dois anos estudando a indústria, metodologias e construindo um Success Business Plan. Ao longo desta jornada, desenvolvi soft e hard skills para gerenciar o Product LifeCycle, from developing to launch. Por não ter recursos financeiros e nem uma equipe, tive que aprender a executar o que fosse necessário para criar uma solução que ajudasse de fato pessoas a aprender inglês. Então estudei desde Data Science e Web Development até UX e Digital Marketing. Esse meu esforço me fez ser aceita em uma Incubadora na cidade de Toronto. Minha solução criada foi uma plataforma gratuita que permite aos usuários aprender inglês praticando com pessoas do mundo inteiro, usando a Gamification Technology, onde os usuários ganham pontos por cada conquista e esses pontos podem ser usados como descontos com parceiros de negócios no aplicativo, como lojas locais ou sites de viagens.
O QUE VOCÊ TEM A VER COM ISSO?
Bom, esses foram os primeiros passos que dei para me tornar uma Product Manager, posição na qual eu trabalho atualmente. Mas, muito além de uma posição, eu desenvolvi o Product Mindset, essencial em processos de inovação e criatividade. E é nessa parte da história que você entra, little tanso.
Acredito que você esteja aqui porque procura aprender sobre inovação e potencialmente aplicá-la, seja lá qual seja o seu professional field. Ideias inovadoras não surgem do nada, como num estalo. Elas surgem a partir de um problema. O meu problema abordado foi o fato das pessoas demorarem 7 anos para aprender inglês (e ainda pagarem por isso). Let 's go back in time, quero te mostrar que inovação sempre veio de problemas.
Nosso querido Humphry Davy, inventou a primeira lâmpada elétrica em 1802. Na verdade, como toda solução, contam que já haviam mais de 20 inventores antes de Davy. Porém quem levou mesmo o crédito dessa história foi Thomas Edison, sabe por quê? Porque apesar de a lâmpada solucionar o problema do escuro ela continuava não sendo economicamente viável. Então o Tommy em 1878 foi lá e melhorou a lâmpada que Davy criou de uma forma que fosse barata e fácil de incorporar no sistema elétrico da época. Uma luz no fim do túnel!
O ponto é: quer inovar?? Vá atrás de problemas! Identifique problemas que um número significativo de pessoas enfrenta, descubra quem exatamente são essas pessoas, seus padrões comportamentais, onde você as encontra e como elas atualmente resolvem o problema. Entre em um relacionamento sério com esses pobres problemáticos. Quando você achar o “WHAT” ou Problem, o “HOW” ou Solution , vai ser muito mais fácil de se criar.
Dica de 1 milhão de dólares:
Não adianta criar soluções geniais que pessoas não pagariam para ter! Leve a sério a etapa de Product Discover levando em consideração:
VALUE RISK: Will the customer buy this, or choose to use it? Meus usuários vão pagar por isso?
USABILITY: Can the user figure out how to use it? Eles vão saber como usar?
FEASIBILITY: Can we build it? Conseguimos construir essa solução com os recursos que temos?
VIABILITY: Does this solution work for our business? Faz sentido pro negócio construir essa solução? E viável?

WHY THE F*** ENGLISH MATTERS HERE?
Well, sorry to tell you, mas o seu “HOW” ou Solution muito provavelmente já existe. Vivemos em um ecossistema internacional, você acha mesmo que com mais de 7 BILHÕES de pessoas no mundo, ninguém teve a mesma ideia que a sua? Se lá em 1800 já tinham inventado mais de 20 diferentes lâmpadas, can you imagine nowadays? Eu tenho certeza que já, você só ainda não sabe! Mas isso é uma coisa excelente. Ter concorrentes significa não só que existe demanda (the pain is real!) mas também que você tem a oportunidade de melhorar o que já existe.
O computador já existia quando a Apple nasceu. Ela não necessariamente melhorou produtos do mercado, mas escolheu um perfil de pessoas que queriam muito mais do que só uma ferramenta de trabalho. Jobs identificou um gap no mercado, foi lá e arrasou ao entregar uma solução diferente. Olha aí a inovação acontecendo.
Para entender o mercado e poder inovar de fato, precisamos olhar o que está acontecendo aqui e no mundo. E quando se trata de assunto de escala global, a comunicação acontece quase sempre em Inglês.
Moro no Canadá desde os meus 19 anos e atualmente trabalho em uma empresa nos Estados Unidos. Tudo que eu aprendi e uso diariamente em termos de metodologia, framework, tecnologia e até ferramentas, são usadas aqui no Brasil de maneira totalmente diferente. E isso também é inovar. É adaptar o que deu certo lá fora pra dar certo aqui também, considerando budget $$, infrastructure, people and culture.

Há alguns anos atrás, era legal ter o inglês no currículo, mas sinto que hoje é uma obrigação. A comunicação é a ponte que liga você com o aprender. A troca internacional é muito rica porque ela nos permite descobrir diferentes cenários e desafios, fazendo com que nós consigamos visualizar nosso atual ambiente com outros olhos e de diferentes perspectivas. Que fique claro aqui que não existe melhor ou pior! Mas existe o “O que eu posso, consigo, devo e vale a pena melhorar?”. Sem o Inglês essa troca raramente acontece. Eu poderia listar centenas de motivos pra te convencer de que inglês é essencial, mas você provavelmente já sabe todos eles!
Eu realmente não sei o que seria da minha vida sem o Inglês e sem a Inovação. Eles são minha ferramenta de trabalho, pilares das minhas relações pessoais e motivo das minhas maiores conquistas na vida. Olhar pra minha jornada e ver o poder dessas duas coisas na minha história me deixa muito orgulhosa. I’m not crying, you are!
Mas não se desesperem, little tansos, eu não estudei anos da minha vida pra deixar vocês se foderem com o Inglês. Perceberam que tem muito vocabulário em inglês no texto, mas que mesmo assim você entendeu nosso papo? Essa é a ideia, praticar e quando você vê, já entendeu tudo. Eu não estou aqui pra te ensinar inglês, isso quem vai fazer é você, você já é bem grandinho, não acha? Hehe Vou te proporcionar oportunidades de aprender solucionando problemas da vida real. Da mesma forma que eu aprendi indo ao mercado, vou te conectar com pessoas do mundo inteiro e trazer hot news about tech and innovation. Topa? Todos vocês tansos ganharam um lugar na comunidade Cinch, onde a mágica acontece. Cinch ou "Sin-ch" significa moleza, então não tem erro. Só se inscrever nesse link aqui pra receber o seu convite vip. I hope to see you there.
You didn’t come this far to only come this far, então boa sorte na sua jornada inovadora, tenha coragem e seja ambicioso. Como diz RuPaul “Good luck and don’t fuck it up!”.
SAY WHAT AGAIN!
Sim, é Victor aqui de novo. risos.
Você já sabe: a cada tema escrito, um encontro. Desta vez, falaremos em inglês entre os tansos! será que vai dar certo? Não fique apenas imaginando e compareça para exercer o bom e velho imbromation. It's gonna be fucking nice, dude!
Wow! Truly amazing!
Que bela história de vida, Alicia!
É muito bom ter ler histórias que nos dão aquela dose de motivação.