Em 1920, nasceu na Alemanha um garoto chamado Charles Bukowski. Sua família se mudou para os Estados Unidos três anos depois e, em terras americanas, ele viveu uma infância de merda: sofria bullying na escola, apanhava do pai em casa, teve uma doença que cobriu seu rosto com acnes e feridas.
Bukowski decidiu tornar-se um escritor ainda bem jovem, com seus vinte e poucos anos, após largar a faculdade e escrever centenas de contos enquanto realizava trabalhos manuais para pagar suas contas. Poucos eram publicados. Nada tinha muito prestígio. Ele então desistiu.
Dez anos se passaram
sem uma única palavra escrita até que, aos 35 anos de idade, Bukowski quase bateu as botas ao ter uma úlcera hemorrágica. Após milagrosamente sobreviver ao infortúnio, ele pediu demissão de seu emprego nos correios e voltou a escrever.
Mais alguns anos se passaram, alguns livros foram publicados, mas nada ainda que o desse o gostinho do reconhecimento, ou sequer a subsistência fazendo o que amava. Voltou, então, ao seu emprego nos correios.
A diferença, desta vez, é que ele não parou mais de escrever. Cada instante, cada pausa era uma oportunidade para teclar algumas palavras em sua máquina e assim ele viveu por anos a fio, colecionando trabalhos publicados na cena underground americana — tudo com pouquíssimo sucesso e perspectivas limitadíssimas de dinheiro ou fama.
Bom, se estamos falando dele em 2023…
Não é apenas porque ele se tornou alguém mundialmente famoso, mas sim porque ele é considerado um dos maiores de toda a história! No entanto, seu sucesso chegou tardiamente, quando já tinha mais de 50 anos de idade, após décadas de esforço diário e um emprego medíocre.
Bukowski pode gozar de seu prestígio por duas décadas ainda em vida — ao contrário do destino de muitos grandes artistas que morrem no anonimato — e sentiu verdadeiramente o gosto de toda a sua garra em busca de um propósito tão nobre.
No entanto, causa certa perplexidade ver a mensagem que deixou em sua lápide, após tanto trabalho duro.
“Não tente."
Como pode um ser humano que ralou tanto na vida deixar uma mensagem dessa em sua despedida? Justo ele, que tentou incontáveis vezes até chegar em seu objetivo final?
Bukowski nunca tentou.
Ele sempre fez aquilo que acreditava com todo o seu coração, não importando qual era o retorno em dinheiro ou reconhecimento que tinha a partir de sua escrita. Nunca tentou ser quem não era.
A mensagem é simples: se você pensa em ‘tentar’ alguma coisa, talvez você não a queira tanto assim.
É mais ou menos isso que estamos fazendo por aqui com este movimento chamado TANSO. Não estamos tentando nada. Estamos fazendo porque acreditamos. E acreditamos muito que podemos fazer juntos! Portanto…
Uni-vos, tansos deste Brasil!
A começar com passo simples, juntando-se a nossa comunidade virtual, que tantas experiências permuta diariamente.
A seguir, comparecendo de corpo e alma ao primeiro grande encontro que este grupo fará em sua breve história.
Sim, nobre tanso, esta é a bola da vez! Estão abertas as vendas para o tanso day #01 e, de verdade, eu quero muito vê-los por lá. Firmes e resolutos em direção ao caminho onde ninguém tentará mais nada.
Este evento marca uma virada de chave. Em minha vida e na sua. E no que existirá de nós depois dele.
Questione. Incomode-se. Ambicione. Busque incessantemente por uma resposta, mesmo que ainda não saiba a pergunta. Mas não contente-se com pouco. Não acredite em qualquer um. Não acredite em mim. Faça por você. Pelos seus. Talvez a frase final de Bukowski seja:
Tente.
Mas se for tentar, vá até o fim.
Caso contrário, nem comece.
É com você, tanso.
Nos vemos em Floripa dia 15 de abril.
Um abraço,
Victor Sanacato