Recentemente me deparei com o conceito de futuros. Sim, no plural. É simples: quando tratamos o futuro no singular, assumimos a ideia de algo pré-determinado, fatalista, como se ele já estivesse traçado. Deixa uma terrível pergunta no ar: quem o está decidindo?
Do outro lado, futuros dá uma ideia de coexistência. Existem infinitas possibilidades em jogo e o que eu fizer — ou não fizer — hoje, pode mudar radicalmente o rumo das coisas. Traz protagonismo e inclusão a nós, meros mortais. E tansos.
Eu não sou nenhum especialista em futuros.
Aliás, você já sabe, mas não custa relembrar: eu não sou especialista em nada. Esses conceitos que apresentei na introdução foram extraídos de um material da Aerolito, que se define como um ecossistema de alfabetização de futuros. Seu fundador, Tiago Mattos, fala umas coisas legais no Instagram e eu super recomendo você a segui-lo.
Dito isso, o que vem pela frente são algumas interpretações pessoais sobre o tema, para provocar uma ordem diferente em seus pensamentos sobre vida e carreira.
Começando com uma simples pergunta: você vive hoje o que imaginava viver 5 anos atrás?
Em 2018 eu tinha duas empresas abertas. Trabalhava de 07h às 17h em uma; de 18h às 21h na outra. De segunda à sexta — sem contar os finais de semana com eventos. Ambos os modelos de negócios estavam furados: eu perdia mais dinheiro que ganhava. A rotina era maçante. Eu não gostava do que fazia a maior parte do tempo, tampouco sabia ao certo o que queria fazer. Só sabia de uma coisa: precisava de mudanças.
Cinco anos se passaram e muita coisa mudou. Mudei de cidade, de namorada, de sócio, de área de atuação. Mudei minha perspectiva sobre o mundo, minha definição de sucesso e muitos hábitos. Não significa que a vida esteja perfeita — ainda tenho um volume interessante de problemas pra resolver —, mas de fato, aqueles problemas que vivia lá em 2018, não vivo mais.
Apenas uma coisa me impede de saber quão bem sucedida foi essa jornada: a completa ausência de uma referência desenhada lá no início. Eu não sabia o que queria. Sabia apenas o que não queria. E imagine só a gama de possibilidades que isso me dá. O resultado final é positivo, mas eu podia muito bem estar na merda. Há muita sorte envolvida nesse caminho.
Acredito que eu tenha, ao longo da minha vida, negligenciado demais esse papo de futuros. Acredito que você faça o mesmo em algum grau de intensidade. Não fomos educados para isso. Nossos pais e avós viveram um mundo em que tudo parecia estar já programado: estudar, trabalhar, casar, ter filhos, aposentar e esperar a morte.
Na nossa vez, as coisas acabaram saindo meio diferente. E doeu pra caralho entender isso. O que não podemos mais, em nenhuma hipótese, é sustentar esse erro. Não dá mais para viver o presente sem imaginar o futuro que desejamos viver. Menos ainda deixar de fazer o que precisa ser feito para chegar lá.
Pode parecer um papo de coach, mas é algo extremamente técnico, que as grande empresas têm implementado para substituir o famigerado planejamento estratégico tradicional, baseado em dados do passado, e enxergado o mercado sob novas perspectivas. É o puro suco da inovação bem feita.
Hoje, aos 32 anos, eu tenho amadurecido a cada dia esses futuros imaginados. Sabendo que não possuo controle sobre nenhum deles, mas que, tendo em mente quais são os destinos desejados, fica mais fácil escolher os caminhos quando me deparo com eles.
Há pouco mais de 3 meses tomei uma grande decisão profissional e deixei a empresa à qual dedicava todos os meus dias. Momento difícil, perdas envolvidas. Faz parte. No entanto, a forma como as coisas andavam por ali se afastavam dos futuros que eu vinha imaginando para mim. Era melhor resolver isso de uma vez.
Assim que saí, vi dezenas de novos caminhos se desenhando em minha frente, rumo aos futuros que imaginei. Um deles contempla fazer desta comunidade um ambiente cada vez mais relevante, capaz de ajudar as pessoas a enxergarem e realizarem seus futuros. Para tanto, decidi que faríamos um evento, como forma de criar um marco nesta nova fase.
Sessenta dias se passaram e aquele futuro de curto prazo finalmente chegou: o evento se dará no próximo sábado! Quanto sufoco já passamos para chegar até aqui! E que saudade eu estava de organizar um evento. É sempre um momento mágico!
Quis o destino (?) que pessoas incríveis se interessassem por esse futuro. Pudemos, juntos, desenvolver atividades realmente originais que permitirão aos presentes desenhar seus futuros sob uma ótica colaborativa e artística. Que loucura. Quando compartilhamos o escopo das atividades com a equipe completa, um comentário me chamou a atenção:
“Que incrível! Estou doido para ver a repercussão disso! Só Deus sabe o que vai acontecer com a Tanso depois desse evento!”
Talvez. Eu entendo menos de Deus do que de futuros. Mas sei que as pessoas não podem evocar Seu nome em vão. Quando o fazem de coração, é porque realmente acreditam num futuro melhor, entre os tantos disponíveis.
Eu não sei o que vai acontecer com a Tanso depois desse evento. Mas imagino criar um ambiente onde as pessoas se ajudem a tornar realidade os futuros que imaginam; que possam encontrar ali o caminho para se libertarem de trabalhos chatos e sem propósito; que se descubram maiores e se expressem com segurança em busca de sua nova — e melhor — versão. Em busca de seus melhores futuros possíveis.
Sejam muito bem vindos ao Tanso Day #01!
Um abraço,
Victor
P.S. 1: tem playlist quentinha pro evento. sente o clima aí!
P.S. 2: soldout. 🎟